A Peça


Sexo, Champanhe e Tchau fala sobre o que não é o amor. Trata da estranheza provocada por certas relações que nos colocam frente a frente com nossos medos e obsessões. O texto, poético e sensível, também relata as dificuldades com a passagem do tempo e a adaptação à vida adulta.

O que é o amor? Como amar de verdade em tempos virtuais? Qual a diferença entre obsessão e paixão? É possível separar amor e sexo? O que fazer depois que o romance acaba?


Ao longo dos cinquenta minutos da peça, a personagem Jezebel tenta entender essas questões, num diálogo intenso e bem humorado com Ela. Mas, com habilidade narrativa - e valendo-se de sua formação como psicóloga -, Mônica Montone desenvolve uma trama paralela, mostrando que a imaturidade emocional pode estar intimamente ligada a diversas dificuldades nos campos profissional e pessoal: como se adaptar às responsabilidades da vida adulta? Como enfrentar o medo do fracasso diante de novos desafios? Como conquistar uma colocação no mercado de trabalho?


A montagem simples e funcional, busca valorizar o gesto e a palavra. Para isso as atrizes Ana Cecília Mamede e Mônica Montone (respectivamente nos papéis de Jezebel e Ela) utilizam apenas duas cadeiras, que ganham novas funções de acordo com o desenrolar da história. 


Antes desta montagem, que também marca a estreia de Juliana Betti como diretora, a peça participou do ciclo de leituras dramatizadas das unidades do SESC-RJ e do festival Satyrianas de SP. O entusiasmo das platéias, em geral formada por jovens, atraiu a atenção da editora Oito e Meio, que decidiu publicar Sexo, Champanhe e Tchau como livro (64 pp., R$20).


Na orelha do livro -  que será lançado na noite de estreia no SESC Casa da Gávea - Paulo Betti assinala: "Mônica Montone nunca perde o senso crítico e o tom do humor, mas deixa se levar também pelo romantismo de sua veia poética".




Trecho da peça:

“As grandes histórias de amor deveriam acabar sempre numa última dança. O que determina o tamanho de uma história não é nem nunca foi o tempo em desfrute, mas o cheiro de fruta que nunca abandona as narinas.

É triste imaginar que a euforia das primeiras rimas desbotou com o tempo.

As histórias de amor não deveriam nunca acabar numa esquina suja, num quarto escuro, num telefonema desajeitado, num chá de sumiço ou numa carta desastrada. Porque se foi amor, foi grande e se foi grande será sempre qualquer coisa de nuvem.

O amor, quando acontece é grande, sinfônico, e não morre depois que a fome passa”.